Esta é o tipo de ação radical de que precisamos para uma economia de baixo carbono!
Há alguns dias, a Tesla - fabricante de carros elétricos fundada pelo visionário empreendedor sul africano Elon Musk – anunciou a implementação da maior fábrica de baterias do mundo a ser construída nos EUA e que deve entrar em operação em 2017.
Não é à toa que ela foi batizada de Gigafábrica (Gigafactory): quando estiver operando a plena capacidade em 2020, anualmente produzirá baterias com capacidade de armazenamento de 50 mil MW. Isto é, mais do que a capacidade atual de todas as fábricas de bateria do mundo somadas (34 mil MW/h).
Para ilustrar bem o significado prático de toda esta capacidade, basta imaginar que as baterias produzidas pela gigafábrica, em um ano, poderiam armazenar toda energia necessária para atender a demanda média de energia elétrica no Brasil inteiro, por quase uma hora, ou armazenar a energia gerada por todas as usinas eólicas em um dia.
A Gigafábrica será autossuficiente em energia a partir de um parque eólico e outrosolar anexos, que serão construídos ao lado da fábrica.
A estimativa dos empreendedores é baixar em, pelo menos, 30% o custo das baterias para veículos e todo o tipo de equipamentos como computadores.
A estimativa dos empreendedores é baixar em, pelo menos, 30% o custo das baterias para veículos e todo o tipo de equipamentos como computadores.
Os sinais que esta iniciativa aponta são, no entanto, mais profundos. Ela representa uma aposta de US$ 5 bilhões (investimento estimado) na eletrificação do mundo e na real possibilidade de transformar o armazenamento de energia em um sistema distribuído na nuvem, similar ao que já acontece com processamento e armazenamento de dados.
A Tesla estima que produzirá mais de 500 mil carros elétricos por ano, até 2020 (em 2013 foram 30 mil, contra 2 mil dois anos antes). A bateria dos automóveis (de qualquer equipamento eletrônico) poderá conversar com a rede e ser utilizada para armazenar e despachar energia de acordo com a demanda do sistema elétrico integrado(smartgrid). Em larga escala, este sistema inteligente permitirá muito mais flexibilidade e estabilidade para fontes renováveis, mas intermitentes de energia como a solar e a eólica. O limitante para um sistema assim funcionar era a disponibilidade de grandes quantidades de bateria. Em pouco tempo, já não será mais.
É este tipo de movimento desruptivo, de larga escala e grande impacto que é necessário para produzirmos as mudanças urgentes rumo à economia de baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE).
E atenção! Elon Musk, o empreendedor por trás da Gigafábrica é um visionário, mas não é um aventureiro. Entre os empreendimentos que colocou de pé, além da Tesla, estão o PayPall (maior sistema de pagamentos pela internet), a Space X (que, com menos de 10 anos de vida, já é a única empresa privada a suprir a estação espacial internacional) e a SolarCity (maior empresa de energia solar fotovoltaica nos EUA).
Veja
para saber mais detalhes da Gigafábrica.
Publicado em Blog do Clima / Planeta Sustentável em 10-03-2014