O IPCC, Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU, gerou uma série de cenários de desenvolvimento em que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) seriam restritas a um montante compatível com o limite do aquecimento global em até 2oC ao longo deste século. Entre as várias características comuns destes cenários está a necessidade de provermos para todos, com muito menos emissões (ampliar e universalizar o acesso a energia e reduzir pela metade as emissões), até meados do século.
Para se ter ideia do salto necessário, tomemos as emissões por unidade de PIB: atualmente o planeta gera cerca de US$ 1200 de PIB por tonelada de CO2e emitida. Em 2050, será preciso gerar o equivalente a US$ 20 mil para a mesma tonelada emitida.
Em nenhum setor este desafio é mais crítico que no setor de energia que representa 2/3 das emissões globais de GEE. Com a necessidade de garantir acesso regular de energia a 9 bilhões de pessoas em 2050, será necessário aumentar a oferta de energia por fontes renováveis ou de baixíssimas emissões, mas a conta não fecha se não houver um salto de eficiência, ou seja, se não fizermos mais demandando menos energia.
Em nenhum setor este desafio é mais crítico que no setor de energia que representa 2/3 das emissões globais de GEE. Com a necessidade de garantir acesso regular de energia a 9 bilhões de pessoas em 2050, será necessário aumentar a oferta de energia por fontes renováveis ou de baixíssimas emissões, mas a conta não fecha se não houver um salto de eficiência, ou seja, se não fizermos mais demandando menos energia.
Em 2013, o Conselho Americano para Eficiência Energética (American Council for Energy Efficiency Economy) criou um ranking de eficiência energética das 16 maiores economias do mundo que, juntas, representam cerca de 80% do PIB global e 70% do consumo de energia. O trabalho se baseia em 31 indicadores divididos em performance quantitativa e análise de políticas públicas em três áreas: indústria, transporte e construções.
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Dos 100 pontos possíveis, a Alemanha é o país que tem a melhor performance com 61 pontos, seguida pela Itália. A China aparece em 4º lugar, bem à frente dos Estados Unidos que está em 13º. O Brasil aparece em 15º – ou penúltimo lugar – com 30 pontos, apenas à frente do México. Nossa performance é pior na indústria e no setor de construção e é melhor nos transportes por conta do programa de biocombustíveis.
Mas mesmo no setor de transporte nossa eficiência ainda é muito baixa. Estudo recente, realizado em parceria pela COPPE/UFRJ e o Greenpeace, indica que, se o Brasil adotasse, para os veículos, o padrão de eficiência utilizado atualmente na Europa, poderia economizar R$ 230 bilhões em combustíveis e dezenas de milhões de toneladas de CO2 em emissões até 2030.
Entre 1990 e 2012, o Brasil evolui de US$ 850 para US$ 1200 de PIB por tonelada de CO2e. É um salto importante em 22 anos. Mas será necessário um salto muito mais significativo para chegar à média global de US$ 20 mil de PIB por tonelada de CO2e em 2050. Este é o desafio.
Publicado em Planeta Sustentável - 13.08.2014