Na semana passada, saudamos o anúncio do Brasil, contido na declaração conjunta com a China sobre mudanças climáticas, que revelava sua “intenção de
em 2030”.
Este sinal sobre o grau de ambição da contribuição brasileira (INDC) era importante para o esforço global de redução de emissões a ser estabelecido no novo acordo global sobre mudanças do clima, em gestação para aprovação no final do ano, na COP21. em Paris.
Qual não foi a surpresa de todos quando, horas depois da publicação da declaração conjunta, o documento se apresentava alterado e, sem nenhuma explicação. A declaração anterior foi substituída por outra na página do Itamaraty, sem referência ao compromisso brasileiro.
Segundo fontes que participaram das negociações, a retirada foi resultado da interferência pessoal da Presidente Dilma, o que torna o fato ainda mais preocupante. Se nem um compromisso vago – com limite superior de emissões em 2030 – é aceito, o que devemos esperar da INDC brasileira? A repetição de um desvio de curva de tendência de emissões? Seria deslocar o Brasil da liderança em uma economia de baixo carbono.
O que o episódio mostra é que tem gente dentro do governo com o olhar sintonizado com as necessidades globais e que busca um maior grau protagonismo e ambição do Brasil na agenda climática, mas não parece ser os que mais recebem atenção e consideração da Presidente.
Uma pena!