terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Agenda do Clima 2015


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Este é o ano-chave para a agenda do clima nas próximas décadas. Até dezembro, em Paris uma série de eventos será realizada para construir o novo acordo climático global pós-2020 que pretende nos colocar no trilho para a redução de emissões de modo a limitar o aumento médio de temperatura em 2ºC, além de reduzir avulnerabilidade e aumentar a resiliência para nos adaptarmos às alterações climáticas extremas.
Para explicar a agenda do clima de 2015 a um amigo, desenhei o esquema abaixo que, agora, compartilho com os leitores do Planeta Sustentável. Ela ilustra bem este post no qual detalho tudo que deve acontecer este ano para que cheguemos ao novo acordo na COP21, em Paris. Clique na imagem para ver melhor e vamos em frente!
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Já no início de fevereiro (de 8 a 13), o Grupo de Trabalho de Implementação daPlataforma de Durban (ADP) se reúne em Genebra, Suíça, para mais uma rodada de trabalho com vistas a fechar os elementos do primeiro rascunho da proposta do novo acordo a ser publicado e colocado para consulta até 1º. de maio.
Durante o primeiro semestre (preferencialmente até o final de março), os países devem enviar as suas propostas de INDCs (Intended Nationally Determined Contributions ou contribuições nacionalmente determinadas) para o período pós-2020. O conjunto destas contribuições é peça-chave para a construção do novo acordo e sua eficácia. A soma dos esforções dos países deveria ser suficiente para atingir os propósitos demitigação e adaptação listados acima (2ºC + adaptação).
Na Conferência das Mudanças Climáticas (Climate Change Conference – CCC), que será realizada em Bonn, na Alemanha (de 1 a 11 de junho), começam as negociações do acordo já com o texto-base na mesa. Estima-se que serão necessárias pelo menos mais uma ou duas rodadas de negociação antes da COP21 para que seja possível aprovar o novo acordo em Paris (a COP21 acontecerá entre 30/11 e 11/12).
Até 1º. de novembro, o secretariado da convenção deve publicar relatório-síntese com todas as INDCs apresentadas e, possivelmente, com algum nível de análise do efeito agregado do conjunto de propostas tanto em mitigação, como financiamento e adaptação.
No Brasil, o processo de consulta sobre as INDCs deve ser reaberto segundo indicou a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a COP 20 em Lima e reforçou em recente entrevista ao jornalista André Trigueiro. A proposta brasileira de INDC deve ser finalizada ainda no primeiro semestre. No segundo, os esforços vão se concentrar na definição da posição brasileira para a negociação do novo acordo na COP de Paris.
Dois outros momentos marcantes do ano devem ser:
- a publicação do 3º Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa(que encerrou recentemente o período de consulta pública), ainda no primeiro trimestre; e
- até outubro, o início da aprovação de projetos e desembolsos do Fundo Verde do Clima (Green Climate Fund), que conseguiu captar pouco mais de US$ 10 bilhões em 2014 (leia Fundo Verde do Clima, da ONU, ultrapassa meta na COP20).
Durante todo este ano, a sociedade civil deve se manter mobilizada e pronta para contribuir, influenciar, pressionar e dar suporte para que tanto as INDCs dos países sejam as mais ambiciosas possível, como para que o novo acordo climático global seja realmente um marco definidor da sustentabilidade nas próximas décadas.
Abaixo, um resumo da Agenda do Clima 2015 para facilitar a consulta:
Foto: Meiry Peruch Mezari/Creative Commons/Flickr
Publicado em Blog do Clima - Planeta Sustentável - 12.01.2015