Várias iniciativas nos últimos anos buscam identificar o progresso de um país ou uma sociedade. Em comum todas partem do reconhecimento de que o PIB (produto interno bruto) é uma medida bastante limitada que expressa apenas o crescimento econômico e tem limites mesmo para este propósito (por exemplo, uma guerra muitas vezes é acompanhada de crescimento econômico).
Ainda assim o crescimento do PIB é utilizado como pilar central do objetivo de desenvolvimento de boa parte dos países do mundo. O principal índice alternativo hoje utilizado é o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano que se limita a três dados: renda, escolaridade e expectativa de vida.
Recentemente foi lançado pela Social Progress Imperative, uma ONG americana, o Índice de Progresso Social (IPS) que procura medir a capacidade de uma sociedade (i) atender as necessidades humanas fundamentais (ex. alimentação, moradia, segurança), (ii) estabelecer a infraestrutura e as bases que permitem ao cidadão e à comunidade melhorar e sustentar a qualidade de suas vidas (ex. ambiente saudável, acesso a educação básica e a informação) e (iii) oferecer a oportunidade para que todos os indivíduos possam atingir seu pleno potencial (ex.acesso ao ensino superior, liberdade de expressão, direito das minorias).
O IPS foi desenvolvido por uma equipe coordenada por pesquisadores da Universidade de Harvard e do MIT inspirados na ideia de produzir um índice similar ao Índice de Competitividade Global, mas voltado para a capacidade de inovação social e ambiental.
Na primeira edição do Índice envolvendo 50 países (serão 100 em 2014) a Suécia aparece como o país de maior progresso social (64,8 de 100 pontos possíveis), seguida de Inglaterra, Suíça, Canadá e Alemanha. Nenhum desses países está entre as cinco maiores rendas per capita do planeta (Suécia é 13o; Inglaterra, 22o; Suíça, 7o; Alemanha, 17o; e Canadá, 16o) ou IDH (Suécia, 7o e Inglaterra, 24o).
O Brasil é o 18o na lista atrás de Chile (14o), Argentina (15o) e Costa Rica (12o). Considerando o atendimento às necessidades humanas fundamentais, o Brasil cai para 30o. Apesar dos progressos na última década nas políticas sociais (é o 2o no indicador de políticas inclusivas) ainda temos um longo caminho pela frente em temas como segurança onde temos um dos piores desempenhos (46o entre os 50 países avaliados).
A equipe que desenvolveu o IPS trabalha agora o Índice de Potencial de Progresso Social que pretende medir a capacidade de um país evoluir no progresso social. Talvez neste consigamos, hoje, enxergar o Brasil do futuro.
Publicado em O Globo, 08/05/2013
Ainda assim o crescimento do PIB é utilizado como pilar central do objetivo de desenvolvimento de boa parte dos países do mundo. O principal índice alternativo hoje utilizado é o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano que se limita a três dados: renda, escolaridade e expectativa de vida.
Recentemente foi lançado pela Social Progress Imperative, uma ONG americana, o Índice de Progresso Social (IPS) que procura medir a capacidade de uma sociedade (i) atender as necessidades humanas fundamentais (ex. alimentação, moradia, segurança), (ii) estabelecer a infraestrutura e as bases que permitem ao cidadão e à comunidade melhorar e sustentar a qualidade de suas vidas (ex. ambiente saudável, acesso a educação básica e a informação) e (iii) oferecer a oportunidade para que todos os indivíduos possam atingir seu pleno potencial (ex.acesso ao ensino superior, liberdade de expressão, direito das minorias).
O IPS foi desenvolvido por uma equipe coordenada por pesquisadores da Universidade de Harvard e do MIT inspirados na ideia de produzir um índice similar ao Índice de Competitividade Global, mas voltado para a capacidade de inovação social e ambiental.
Na primeira edição do Índice envolvendo 50 países (serão 100 em 2014) a Suécia aparece como o país de maior progresso social (64,8 de 100 pontos possíveis), seguida de Inglaterra, Suíça, Canadá e Alemanha. Nenhum desses países está entre as cinco maiores rendas per capita do planeta (Suécia é 13o; Inglaterra, 22o; Suíça, 7o; Alemanha, 17o; e Canadá, 16o) ou IDH (Suécia, 7o e Inglaterra, 24o).
O Brasil é o 18o na lista atrás de Chile (14o), Argentina (15o) e Costa Rica (12o). Considerando o atendimento às necessidades humanas fundamentais, o Brasil cai para 30o. Apesar dos progressos na última década nas políticas sociais (é o 2o no indicador de políticas inclusivas) ainda temos um longo caminho pela frente em temas como segurança onde temos um dos piores desempenhos (46o entre os 50 países avaliados).
A equipe que desenvolveu o IPS trabalha agora o Índice de Potencial de Progresso Social que pretende medir a capacidade de um país evoluir no progresso social. Talvez neste consigamos, hoje, enxergar o Brasil do futuro.
Publicado em O Globo, 08/05/2013