No mesmo dia
em que foi adiado pela terceira vez o leilão do trem de alta velocidade que
ligaria SP-RJ (412 km) em uma hora e meia com velocidade de até 350km/h, foi
lançado nos EUA o projeto do Hyperloop, uma espécie de trem encapsulado que
poderia atingir 1200 km/h ligando São Francisco à Los Angeles (580 km) em pouco
mais de 30 minutos sendo alimentado exclusivamente por energia solar captada na
própria estrutura que sustenta o trem.
Outras
propostas de sistemas de transporte de altíssima velocidade e baixa energia já
foram propostos, mas o que torna esta
iniciativa particularmente especial é o empreendedor por tras dela.
O líder da
equipe proponente do projeto é Elon Musk, um multi-empreededor de origem
Sul-Africana, que aos 42 anos já tem no currículo a criação do PayPal (sistema
de pagamento eletrônico), a Space X (única empresa privada a conseguir realizar
missões espaciais acoplando na estação espacial internacional), SolarCity
(energia solar) e Tesla Motors (fabricante de carros elétricos).
Elon e sua
equipe estavam muito desapontados com a proposta do governo da Califórnia de
implantar um trem bala ligando as duas cidades que custaria US$ 60 bilhões e
operaria a cerca de 250 km/h. Consideravam o projeto muito caro, lento e pouco
sustentável. A cerca de um ano, como forma de contraponto à ideia, Elon se
propôs a elaborar um proposta de um meio de transporte que fosse
significativamente mais rápido, seguro, barato e sustentável. Ao apresentar o
projeto conceitual em plataforma aberta (ou seja outros podem fazê-lo) Elon
indicou um custo de 6 bilhões e metade do prazo para construção (incluindo o
tempo para desenvolver as inovações) se comparado com o trem bala proposto pelo
governo.
Os críticos
da iniciativa já indicam que não poderiam arriscar uma nova tecnologia que
ainda nem existe em forma física pois precisam ter segurança de oferecer o
transporte a população.
Mas a
história de inovação do Elon lhe dá crédito. Fundou a Tesla em 2003 já focada
em veículos exclusivamente elétricos que eram estigmatizados como caros,
pesados, lentos e de limitadíssima autonomia, literalmente um mico. Em 2013 o
segundo modelo da empresa, um sedã médio, foi considerado o melhor carro do
mundo, entre todos os modelos de todas as marcas. Neste período a Tesla recebeu em 2008 um
financiamento de meio bilhão de dólares do governo americano, que já pagou com
9 anos de antecedência.
Para nós uma
constatação: a sustentabilidade é um enorme propulsor da inovação que é
absolutamente fundamental para o desenvolvimento social e econômico.