quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Trem da Inovação

No mesmo dia em que foi adiado pela terceira vez o leilão do trem de alta velocidade que ligaria SP-RJ (412 km) em uma hora e meia com velocidade de até 350km/h, foi lançado nos EUA o projeto do Hyperloop, uma espécie de trem encapsulado que poderia atingir 1200 km/h ligando São Francisco à Los Angeles (580 km) em pouco mais de 30 minutos sendo alimentado exclusivamente por energia solar captada na própria estrutura que sustenta o trem.

Outras propostas de sistemas de transporte de altíssima velocidade e baixa energia já foram propostos,  mas o que torna esta iniciativa particularmente especial é o empreendedor por tras dela.

O líder da equipe proponente do projeto é Elon Musk, um multi-empreededor de origem Sul-Africana, que aos 42 anos já tem no currículo a criação do PayPal (sistema de pagamento eletrônico), a Space X (única empresa privada a conseguir realizar missões espaciais acoplando na estação espacial internacional), SolarCity (energia solar) e Tesla Motors (fabricante de carros elétricos).

Elon e sua equipe estavam muito desapontados com a proposta do governo da Califórnia de implantar um trem bala ligando as duas cidades que custaria US$ 60 bilhões e operaria a cerca de 250 km/h. Consideravam o projeto muito caro, lento e pouco sustentável. A cerca de um ano, como forma de contraponto à ideia, Elon se propôs a elaborar um proposta de um meio de transporte que fosse significativamente mais rápido, seguro, barato e sustentável. Ao apresentar o projeto conceitual em plataforma aberta (ou seja outros podem fazê-lo) Elon indicou um custo de 6 bilhões e metade do prazo para construção (incluindo o tempo para desenvolver as inovações) se comparado com o trem bala proposto pelo governo.

Os críticos da iniciativa já indicam que não poderiam arriscar uma nova tecnologia que ainda nem existe em forma física pois precisam ter segurança de oferecer o transporte a população.

Mas a história de inovação do Elon lhe dá crédito. Fundou a Tesla em 2003 já focada em veículos exclusivamente elétricos que eram estigmatizados como caros, pesados, lentos e de limitadíssima autonomia, literalmente um mico. Em 2013 o segundo modelo da empresa, um sedã médio, foi considerado o melhor carro do mundo, entre todos os modelos de todas as marcas.  Neste período a Tesla recebeu em 2008 um financiamento de meio bilhão de dólares do governo americano, que já pagou com 9 anos de antecedência.

Para nós uma constatação: a sustentabilidade é um enorme propulsor da inovação que é absolutamente fundamental para o desenvolvimento social e econômico.