A evolução da expansão da energia eólica nos últimos 15 anos é um bom indicador da revolução energética que se descortina. Entre 2000 e 2013 toda a capacidade instalada de geração elétrica eólica subiu de 17 GW para 318 GW, ou seja a capacidade foi aumentada em 18 vezes em 13 anos. Apenas em 2013 foram instalados 37 mil MW, cerca de 5 vezes o que foi instalado de novas hidroelétricas.
Segundo o Global Wind
Report em 2014 serão instalados um
recorde de 47 GW de energia eólica e as projeções são de alcançar 600 GW em
2018. Na China a meta é alcançar 220 GW instalados até 2020 (em 2014 já chegará
em 100 GW), o que deve representar até 10% da capacidade instalada de geração de energia elétrica no país.
Embora grande parte dos 6.000 GW da capacidade instalada de
geração elétrica ainda seja predominantemente baseada em combustíveis
fósseis (em especial carvão e gás), as fontes
renováveis já representaram mais da
metade da capacidade energética instalada no mundo em 2013, com destaque para
solar e eólica, que juntas responderam por mais de 70 GW instalados (metade de
toda capacidade acumulada de geração elétrica no Brasil, incluindo todas as hidroelétricas).
A energia eólica, que até o ano 2.000 representava 0,5% da
capacidade global, em 2013 representou 6% da capacidade instalada e caminha
para chegar a 10% em 2020 e 20% em 2035.
Diferentes estudos apontam que o potencial global de geração
eólica, considerando um fator de capacidade de 20%, pode chegar a 40 vezes a
demanda atual de energia de todo o planeta. Como sempre está ventando em algum
lugar do globo, não é difícil imaginar que a interligação continental de
sistemas elétricos (assim como acontece com gás) permitirá multiplicar
rapidamente a participação da energia eólica na matriz elétrica global.
E engana-se quem imagina que este fonte de energia é movida
a subsídios. Muito pelo contrário. Na Europa, por exemplo, em 2013 os subsídios
para geração eólica foram da ordem de US$ 2 bilhões contra US$ 421 bilhões para
o petróleo.
O Brasil é o país que tem o maior crescimento de geração
eólica na América Latina, mesmo que ainda tímido em relação ao potencial.
Depois de resistir por anos a investir nesta fonte, no final de 2009 o governo
realizou o primeiro leilão exclusivo para eólicas e o sucesso foi tamanho, que
em 2013 os leilões de eólica voltaram a ser exclusivos, desta vez para dar
chance as outras fontes (inclusive fósseis) nos leilões abertos. Paradoxos de um país que insiste em andar na
contramão.