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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Leitura Obrigatória

Um esforço de quatro anos envolvendo 360 pesquisadores de universidades e centros de pesquisa brasileiros produziu o primeiro Relatório Nacional de Avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (RAN 1/PBMC). O relatório se parece muito em formato, conteúdo e método com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e traça um quadro das mudanças climáticas em curso no Brasil e seus impactos. E indica nossas vulnerabilidades e as necessidades de adaptação e aponta caminhos para o Brasil contribuir para a mitigação através do crescimento de baixo carbono.

O RAN — ou pelo menos o seu sumário executivo — deveria ser leitura obrigatória nas faculdades e universidades, nos escritórios de engenharia, arquitetura, construção e agronomia, nos consultórios médicos e hospitais, nos ministérios e secretarias de Energia, Planejamento, Economia, Agricultura e Meio Ambiente e por todo interessado em politicas públicas de longo prazo para o bem-estar e a sustentabilidade do país.

As mudanças climáticas afetam todas as regiões do país com implicações econômicas, sociais, ambientais, política e culturais marcantes e com consequências para a evolução de praticamente todas as profissões.

Os extremos climáticos estão desafiando séries históricas de várias décadas tanto em temperatura do ar como precipitação, ventos, períodos de seca, umidade do ar e outras dezenas de aspectos. Perguntas como onde, quando e que variedade plantar de café ou milho ou qual o nível sustentável de captação de água de um reservatório estão cada vez mais difíceis de responder com base nestas séries históricas estacionárias. Os cenários apresentados pelo RAN 1 e o IPCC mostram que precisamos considerar séries não estacionárias mesmo considerando todas as suas incertezas.

Os engenheiros, economistas, biólogos e toda sorte de profissionais têm que passar a considerar de forma sistemática os cenários de mudanças climáticas no processo de planejamento, implementação, manutenção e restauro de infraestrutura, serviços e sistemas produtivos no Brasil.

A leitura atenta destes relatórios e o aprofundamento do conhecimento das várias áreas apontadas pelos pesquisadores — como impacto das mudanças do regime de chuvas sobre produção de energia e oferta de água para agricultura e para o consumo humano — são condição fundamental para reduzir a vulnerabilidade e ampliar a resiliência do Brasil frente às mudanças do clima.

Publicado em O Globo em 28.01.2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O que estamos fazendo com o clima?

2014 foi o ano mais quente desde que os registros sistemáticos começaram a ser feitos no século XIX. Os últimos anos foram de chuvas escassas na região sudeste e nordeste. O calor e a estiagem continuam e a ameaça de apagão elétrico e colapso do sistema de abastecimento de água em grandes centros urbanos, como São Paulo, é mais real do que nunca.
Neste verão de calor quase insuportável, o volume de chuvas tem sido menor do que o esperado, mas quando vem é na forma de tempestades que danificam casas e edifícios, interrompem sistemas elétricos e de comunicação e paralisam o transporte.
Frente ao estado geral de indignação, a reposta geral – seja municipal, estadual ou federal -, é muito parecida: a culpa é do clima. É a maior estiagem em décadas, são as ilhas de calor, são as chuvas de ventania fora do normal e por aí vai. Parece que todos buscam conforto numa espécie de catarse na qual seremos vítimas dos caprichos do clima.
Mas por trás dos eventos extremos do clima e da baixa resiliência das cidades e do campo para lidar com estas mudanças, estão os reflexos das nossas próprias ações. O clima está se alterando em nível global e local como resultado de nossas interferências. As emissões de gases de efeito estufa aumentam a energia armazenada na atmosfera e provocam aumento da temperatura média do planeta, mudanças nas correntes marítimas, alterações no ciclo de água e degelo e padrões das chuvas.
Nas grandes cidades, a remoção de áreas verdes e a impermeabilização do solopor concreto, asfalto e vidros espelhados provocam ilhas de calor e reduzem a permeabilidade urbana para absorver a água das chuvas, causando enchentes cada vez mais frequentes, seguidas de perdas monumentais de água que não se infiltram no solo.
desmatamento e a degradação de florestas no entorno de nascentes e cursos d´água reduz a infiltração das chuvas no solo até os lençóis freáticos e a recarga das bacias hidrográficas.
Ou seja, por traz de quase todos e cada um dos eventos climáticos sob os quais recai a culpa da falta d´água, enchentes e cortes de energia estão nossas próprias ações. Alguma dúvida de que o homem está alterando o clima? Somos ao mesmo tempo, vítimas e algozes.
As medidas paliativas urgentes são claras: economizar, ao extremo, energia e água e investir pesada e imediatamente na redução drástica de perdas de água e energia na rede entre outras.
Mas, ao mesmo tempo, é preciso investir em medidas estruturantes e urgentes como:
- reversão da impermeabilização urbana (ex. implantação maciça de tetos e áreas verdes, sistemas de captação e armazenamento de água da chuva),
- redução das emissões de gases de efeito estufa,
- aumento da segurança energética local (ex. enterramento da fiação e promoção da geração solar distribuida); e
- restauração florestal nos mananciais que abastecem os principais centros urbanos.
Tem trabalho para todo mundo e este deveria ser prioridade imediata para os setores públicos e privados e para toda a sociedade civil.

Publicado no Blog do Clima - Planeta Sustentável em 22.01.2015

terça-feira, 8 de abril de 2014

Com elenco estelar, série de TV discute os impactos atuais das mudanças climáticas

years-living-dangerously
Na semana em que o IPCC prepara o lançamento da terceira parte de seu 5º Relatório sobre Mudanças Climáticas na mais extensa e completa revisão de toda a ciência relacionada às alterações do clima, um plantel de estrelas do cinema e do jornalismo dos Estados Unidos lança um dos mais ousados documentários sobre seus impactos na vida de milhões de pessoas ao redor do planeta: Years of Living Dangerously*.
Sem textos pré-formatados e em ritmo de reportagem de campo, atores como Matt Damon, Harrison Ford, Jessica Alba, Arnold Schwarzenegger e o jornalistaThomas Friedman (NewYork Times) viajam aos quatro cantos do mundo para retratar os efeitos do aquecimento global e investigar as conexões entre as decisões humanas e os eventos climático extremos. Sem rodeios, indo direto ao ponto e tratando de temas difíceis como a relação entre desmatamento e corrupção na Indonésia; seca, fome e guerra civil na Síria; ondas de calor, desemprego, religião, política e depressão econômica no meio oeste americano.
A série é produzida por James Cameron (diretor de blockbusters como Titanic e Avatar) e Schwarzenegger, e conta ainda com Ian Somerhalder (The Vampire Diaries),Michael Hall (Dexter), Don Cheade (Traffic; Iron Man), entre outros, atuando como correspondentes investigativos.
A série dividida em episódios com uma hora de duração estreia em 13/4 no canal de TV a cabo Showtime, nos EUA, e quem sabe em breve no Brasil. O primeiro episódio da série está disponível no You Tube, que na verdade faz parte do canal da série nessa plataforma.
Se seguir a pegada do primeiro episódio nos demais, e a transmissão for ampliada para a TV aberta, este será, sem dúvida, um marco definitivo no debate e na compreensão sobre as mudanças climáticas.

Publicado em Planeta Sustentável 08.04.2014

Vamos brigar por água e comida?

O alerta não veio de uma ONG ou de ativistas socioambientais, mas do presidente do Banco Mundial, o coreano-americano Jim Yong Kim: se não conseguirmos mudar nossa atitude em relação às mudanças climáticas, em menos de uma década o mundo estará imerso em conflitos relacionados ao acesso à água e a alimentos.

Com essa frase, Jim Yong fez espécie de resumo do resumo da segunda parte do 5º Relatório de Avaliação sobre as mudanças climáticas Globais, produzido e divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC), na última semana de março, em Yokohama, no Japão. O foco do trabalho: impactos, vulnerabilidade e adaptação às mudanças climáticas.

Se a primeira parte do relatório demonstrava que o aquecimento global sem precedentes é um fato e as emissões de gases de efeito estufa são a principal causa, a segunda mostra que as alterações do clima provocadas por esse aquecimento (aumento do nível do mar, acidez dos oceanos e redução da extensão e da espessura do gelo nos polos) já estão causando impactos significativos na vida das pessoas e no ambiente natural, tais como perda de produção agrícola, aceleração da extinção e deslocamento de espécies, ampliação de danos à infraestrutura e à economia, por extremos de chuva e seca.

O painel de cientistas alerta ainda para o fato de os impactos se agravarem, intensificarem e ampliarem nas próximas décadas, caso não tenhamos sucesso em reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. O relatório, com mais de 2 mil páginas, é recheado de exemplos de impactos relacionados a extremos climáticos recentes, como ondas de calor, secas, enchentes, ciclones, incêndios florestais, que revelam a vulnerabilidade e exposição de muitos ecossistemas e da instraestrutura humana para lidar com a variabilidade climática atual.

Nas últimas décadas, as mudanças climáticas causaram impactos nos sistemas naturais e aos humanos em todos os continentes e em todos os oceanos. Em muitas regiões, mudanças na precipitação e no derretimento da neve e do gelo estão alterando o sistema hidrológico, afetando a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos.

Várias espécies terrestres, aquáticas e marinhas alteraram sua distribuição geográfica, rotas migratórias, calendário biológico, abundância e até mesmo sua interação com outras espécies, em resposta às mudanças do clima. Os fitoplanctons, por exemplo, têm se deslocado cerda de 400km por década em busca de águas mais frias. As principais culturas agrícolas estão sendo impactadas. Os ganhos anuais de produtividade caíram de 2% para 1% nas últimas duas décadas. Para algumas culturas, como a do milho, a produtividade já está caindo.

A avaliação dos riscos dos impactos futuros derivados das mudanças climáticas é a parte mais complexa do relatório. O risco de impacto é resultado da interação de três fatores principais: a ameaça em questão (aumento do nível do mar, seca severa etc.), o grau de exposição do ambiente ou da população (proximidade ao local da ameaça) e o grau de vulnerabilidade (acesso a infraestrutura disponível para enfrentar períodos de seca).

A exposição e a vulnerabilidade não podem ser alteradas ao longo do tempo, de acordo com as condições econômicas e sociais, decisões de investimento e até como consequência de conflitos. Embora os impactos das mudanças climáticas se distribuam por todos os continentes e oceanos, são justamente as populações mais pobres e menos desenvolvidas as mais vulneráveis. A falta de infraestrutura, conhecimento e investimentos para prever, monitorar, adaptar-se e reagir aos eventos climáticos extremos e suas consequências coloca em risco as vidas de milhões de pessoas no planeta, espremidas entre duas opções: adaptar-se ou mudar-se para outra região.

O 5º Relatório do IPCC é a mais extensa, completa e profunda revisão do estado da ciência do clima já produzido. Deve ser revisto e considerado pelos tomadores de decisão nos setores público e privado, para se estabelecer ações para mitigar as emissões e adaptar atividades, negócios, infraestrutura e todos os aspectos de nossa vida.

O relatório é categórico ao afirmar que a forma mais efetiva de reduzir os riscos é evitar o aquecimento, ou, em outras palavras, reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Ainda que tenhamos sucesso em reduzir drasticamente as emissões, teremos riscos importantes de impacto derivados das emissões históricas acumuladas e, portanto, é preciso gerenciar esses riscos a aumentar a resiliência dos ambientes e da sociedade.

Publicado em Correio Brasiliense 08.04.2014

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Entenda a 2a Parte do 5o Relatório do IPCC

IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU) divulgou neste domingo, em Yokohama no Japão, a segunda parte do 5º Relatório de Avaliação sobre as Mudanças Climáticas Globais que trata dos impactos, vulnerabilidade e adaptação.
Se a primeira parte do relatório, que tratava sobre ciência do clima, demostrava que oaquecimento global sem precedentes é um fato e as emissões de gases de efeito estufa (GEE) são a principal causa, o segundo relatório mostra que as alterações do clima provocadas por este aquecimento (eg. aumento do nível do mar, acidez dos oceanos e redução da extensão e espessura do gelo nos polos) já estão causando impactos significativos para a vida das pessoas e o ambiente natural tais como perda de produtividade agrícola, aceleração da extinção e deslocamento de espécies, ampliação de danos à infraestrutura e economia por extremos de chuva e seca.
O painel de cientistas alerta ainda para o fato de os impactos se agravarem, intensificarem e ampliarem nas próximas décadas caso não tenhamos sucesso em reduzir drasticamente as emissões de GEE.
A quantidade de documentação científica disponível para revisão neste 5º relatório do Grupo 2 do IPCC dobrou em relação ao relatório anterior, permitindo aos cientistas aumentar de forma considerável o nível de confiança nos dados do relatório.
Este estudo é mais uma peça da mais extensa, completa e profunda revisão do estado da ciência do clima já produzido e deve ser revista e considerada pelos tomadores de decisão nos setores público e privado para que se estabeleçam ações para mitigar as emissões e adaptar as nossas atividades, negócios, infraestrutura e todos aspectos de nossas vidas.
A seguir as principais mensagens do Relatório do Grupo II do IPCC:

OS IMPACTOS JÁ OBSERVADOS

Nas ultimas décadas, as mudanças climáticas causaram impactos nos sistemas naturais e humanos em todos os continentes e em todos os oceanos. Os impactos nos ecossistemas são mais fortes e abrangentes atualmente, já os impactos nos humanos são mais difíceis de isolar de outros fatores.
A figura abaixo mostra os tipos de impactos observados na América Latina. O relatório traz a descrição de impactos para todos os continentes e oceanos. Clique na imagem para ampliar.
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- Em muitas regiões, mudanças na precipitação e no derretimento de neve e geloestão alterando o sistema hidrológico, alterando a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos;
- Várias espécies terrestres, aquáticas e marinhas alteraram sua distribuição geográfica,rotas migratórias, calendário biológico, abundância e até mesmo sua interação com outras espécies, em resposta às mudanças do clima. Os fitoplanctons, por exemplo, têm se deslocado cerda de 400 km por década em busca de águas mais frias;
- O impacto das mudanças climáticas sobre a produtividade das principais culturas agrícolas tem sido principalmente negativo, ainda que certas culturas possam até se beneficiar em algumas regiões temperadas. Em geral, os ganhos anuais de produtividades da atividade agrícola caíram de 2% para 1% nas últimas duas décadas. Para algumas culturas, como a do milho, a produtividade já esta caindo;
- O impacto das mudanças climáticas observado sobre ocorrência e características dedoenças em humanos ainda é pequeno se comparado com outros fatores de estresse e estudos nesta área. Então, precisam ser aprofundados.

A NOSSA VULNERABILIDADE
O grau de vulnerabilidade e exposição aos impactos das mudanças climáticas derivam de fatores não climáticos muito comumente relacionados às desigualdades do processo de desenvolvimento. Estas diferenças são determinantes para entendermos os riscos de sermos mais ou menos atingidos pelas mudanças climáticas.
O relatório completo, com suas mais de duas mil páginas é recheado de exemplos de impactos relacionados a extremos climáticos recentes como ondas de calor, secas, enchentes, ciclones, incêndios florestais que revelam a vulnerabilidade e exposição de muitos ecossistemas e da infraestrutura humana para lidar com a variabilidade climática atual.
Outra constatação importante é que os conflitos violentos aumentam a vulnerabilidade às mudanças climáticas, pois a infraestrutura, as instituições, o capital social e disponibilidade dos recursos naturais são necessários à adaptação aos impactos. E este é um processo que pode se retroalimentar uma vez que estes impactos podem exacerbar situações de conflito.

A EXPERIÊNCIA COM ADAPTAÇÃO

Apesar do tom contundente e que fala dos impactos, riscos e vulnerabilidades às mudanças climáticas, o relatório ao tratar da adaptação apresenta elementos para a construção de uma visão mais otimista.
É destacado que, ao longo da história, indivíduos, comunidades e sociedades têm se ajustado para se adaptar a mudanças nas condições, variabilidade e extremos climáticos com variados graus de sucesso. A diferença para o processo atual é que os impactos em escala global atingem uma proporção muito maior em um intervalo relativamente pequeno de tempo (algumas décadas).
O relatório indica que a adaptação, ainda que de forma limitada, está começando a ser incorporada nos processos de planejamento, especialmente ao analisar opções tecnológicas. Por outro lado, a percepção da importância das tecnologias sociais, arranjos institucionais e adaptações ecossistêmicas cresceram na última década.
O relatório descreve dezenas de politicas e casos de adaptação como recuperação e ampliação de ecossistemas de mangue para proteção da costa no Pacífico, instalação de diferentes sistemas de alerta de eventos extremos, programas de pesquisa em adaptação climática de culturas agrícolas, entre outros. Quase um cardápio para planejadores do setor público e privado!

OS RISCOS DE IMPACTOS FUTUROS
A avaliação dos riscos de impactos futuros derivados das mudanças climáticas é a parte mais complexa do relatório. O risco de impacto é resultado da interação de três fatores principais:
- a ameaça em questão (ex. aumento do nível do mar; seca severa etc),
- o grau de exposição do ambiente ou população (ex. proximidade ao local da ameaça) e
- o grau de vulnerabilidade (ex. acesso a infraestrutura disponível para enfrentar períodos de seca).
A exposição e a vulnerabilidade podem ser alterados ao longo do tempo de acordo com as condições econômicas e sociais, decisões de investimentos e até como consequência de conflitos. Este sistema dinâmico é representado no relatório pela figura abaixo. Clique nela para ampliar.
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Para lidar com esta complexidade de forma didática, desde o 3º relatório do IPCC, as informações de risco são organizadas a partir do conjunto de cinco Razões para Preocupação (RFCs – do termo em inglês – reasons for concern):
(i) Sistemas únicos e ameaçados;
(ii) Eventos climáticos extremos;
(iii) Distribuição de impactos;
(iv) Impacto global agregado e
(v) Eventos singulares de larga escala (ou causadores de pontos de ruptura irreversíveis).
A figura abaixo mostra, do lado esquerdo, os cenários mais otimista e mais pessimista para a trajetória de aquecimento global (resultado do relatório do Grupo 1 sobre ciência do clima) e o aumento do risco nas cinco dimensões de RFCs. Clique na imagem para ampliar.
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Os cientistas do IPCC também apresentam análise detalhada dos riscos relacionados a diferentes setores/temas como recursos hídricos, ecossistemas terrestres, sistemas marinhos, zona costeira, produção de alimentos, áreas urbanas, áreas rurais, economia, serviços, saúde humana, segurança e pobreza. E aqui não há boa noticia!
O quadro abaixo ilustra os principais riscos e o potencial de adaptação para a América Latina. A mesma informação é apresentada no relatório para todas as regiões do planeta. Clique na imagem para ampliar.
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GERENCIAR RISCOS E CONSTRUIR RESILIÊNCIA
O relatório é categórico em afirmar que a forma mais efetiva de reduzir os riscos é evitar o aquecimento, ou, em outras palavras, reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Mesmo que tenhamos sucesso em reduzir drasticamente as emissões, ainda teremos riscos importantes de impacto derivados das emissões históricas acumuladas e, portando, é preciso gerenciar estes riscos e aumentar a resiliência dos ambientes e sociedade.
O relatório propõe princípios e recomendações para ações de adaptação efetivas e, em ultima instância, indica que o aumento de nossa resiliência aos riscos climáticos está diretamente ligado à nossa capacidade de tomar decisões que aumentem nosso espaço de manobra entre as pressões sociais e as pressões do meio físico.